segunda-feira, 6 de maio de 2019

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EM MANGARATIBA: seu lugar no currículo


Hoje aconteceu o segundo colegiado de Arte da rede municipal de Mangaratiba com vistas a ajustar a proposta curricular ao que prevê a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A reunião se deu no CIEP Brizolão 294 Candido Jorge Capixaba, na Praia do Saco. Como recomenda o documento oficial, aproveitando as aulas com o 8º ano, momentos antes de iniciar o colegiado, propus uma reflexão quanto ao que previa a proposta curricular. Dispus os objetos de conhecimento e os objetivos de aprendizagem no quadro e depois fomos lendo e comentando ponto por ponto. A proposta previa para o segundo bimestre com as turmas de 8º ano os seguintes objetos de conhecimento: Cor luz e cor pigmento: análogas, complementares e isocromia; Romantismo; Ritmo; Movimentos musicais urbanos; e Marchinhas.
Foi comentando sobre o Romantismo como sinônimo de “morrer de amores pela terra natal” que provoquei os alunos sobre como eles apresentariam a cidade de Mangaratiba a quem é de fora. Os alunos que se dispuseram a falar responderam: “Não venha para Mangaratiba!”. Ressaltaram problemas como a insegurança e a poluição. Reparei que nenhum deles disse dos patrimônios culturais da cidade. O Solar Barão do Sahy, a Fundação Mário Peixoto, a igreja de N. S. da Guia e outros patrimônios mangaratibenses não foram citados. Conclusão: os alunos não conheciam seu próprio território e cultura.
Foi quando aproveitei para um panorama sobre alguns desses bens culturais e a possibilidade de explorá-los cognitivamente e também como fonte de renda. Disse de como eles poderiam atrair pessoas para conhecer esses patrimônios culturais e o quanto isso poderia gerar receita econômica para o município e para as famílias. Incentivei-os a reconhecer a sua ‘terra’ como sinônimo de identidade e pensar uma atuação social para tentar reverter as situações que eles mesmos relataram como sendo problemas.
A partir disso foi sugerido por mim de acrescentar a Educação Patrimonial aos objetos de conhecimento do segundo bimestre. Na verdade, realizar uma ‘transferência’ já que o tema constava no terceiro bimestre. Os alunos concordaram. Então, a sugestão foi levado ao colegiado que também aprovou a ‘transferência’. Assim, nesse segundo bimestre, na rede municipal de Mangaratiba, no 8º ano do ensino fundamental, a Educação Patrimonial será alvo de debates, discussões, contextualizações e outras possibilidades de exploração pedagógica. Melhor: na medida do possível, uma decisão tomada a partir do diálogo entre aqueles que habitam o universo escolar.

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