Este
resumo (1) por objetivo apresentar o Madonnaro como instrumento
pedagógico e sua exploração em sala de aula como recurso para
pensar questões além da arte. Essa exploração teria origem na
percepção de repensar a prática de sala de aula a partir da
vivência como professor de artes visuais. O que é o Madonnaro?
Transcorria o século XVI quando mendicantes resolvem, reproduzir
imagens da Madonna pelo chão durante as festividades em honra da Mãe
de Jesus. Daí o nome ‘Madonnaro’ para a prática e ‘madonnaro’
para classificar aqueles reproduziam tais imagens. Aproveitando o
contexto religioso, mercantil e cosmopolita de Veneza aqueles
mendicantes conseguiam uns trocados para sua sobrevivência. Para a
execução daquelas imagens efêmeras, os mendicantes lançavam mão
de cacos de tijolos, carvão, gesso e alguma terra colorida.
Materiais estes que podiam ser encontrados pelo caminho. Surgia
assim, a prática do Madonnaro (NALIN, 1982; NAALIN, 2000; COELHO,
2015). A metodologia a ser explorada no trabalho foi aquela da
leitura de referências teóricas e fontes documentais, além da
observação participante (VELHO, 1978). Algumas experiências de
sala de aula serão relatadas. Acredita-se que um trabalho nesse
sentido venha a servir de referência para futuras pesquisas e ações
na área de educação, especificamente – mas não unicamente –
em artes visuais, contribuindo assim, de maneira freiriana, no
diálogo com outras áreas e campos do conhecimento,
para
a transformação suporte – mundo – em existência – vida
(FREIRE, 1996). Possibilitando que a vida deixe de ser biologia para
se fazer biografia (FIORI in
FREIRE, 1987).
REFERÊNCIAS:
COELHO,
Marcelo A.
Madonnaro: gênero, técnica e linguagem pictórica. Monografia de
Graduação em Licenciatura em Belas Artes, Instituto de Ciências
Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica (RJ), 2015.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia
da Autonomia
– Saberes necessários à prática educativa. 25ª Ed. São Paulo
(SP): Paz e Terra, 1996.
________.
Pedagogia do Oprimido. 17ª Ed. Rio de Janeiro (RJ): Paz e Terra,
1987.
NAALIN,
Felice. L'arte
dei madonnari.
Le tecniche. Del segno e del colore. Milano
(Itália): Giunti Demetra, 2000.
NALIN,
Felice. I Madonnari. Annunciatori di anziane storie. Verona (Itália):
Edizioni MG, 1982.
VELHO,
Gilberto. “Observando o Familiar”. In: NUNES, Edson (org). A
Aventura Sociológica. Rio de Janeiro (RJ): Zahar, 1978.
1. Resumo enviado e aprovado ao XVI Seminário Discente PPCIS/UERJ 2018.
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