sábado, 11 de maio de 2019

O MADONNARO COMO SUPORTE PEDAGÓGICO PARA ALÉM DA ARTE


Este resumo (1) por objetivo apresentar o Madonnaro como instrumento pedagógico e sua exploração em sala de aula como recurso para pensar questões além da arte. Essa exploração teria origem na percepção de repensar a prática de sala de aula a partir da vivência como professor de artes visuais. O que é o Madonnaro? Transcorria o século XVI quando mendicantes resolvem, reproduzir imagens da Madonna pelo chão durante as festividades em honra da Mãe de Jesus. Daí o nome ‘Madonnaro’ para a prática e ‘madonnaro’ para classificar aqueles reproduziam tais imagens. Aproveitando o contexto religioso, mercantil e cosmopolita de Veneza aqueles mendicantes conseguiam uns trocados para sua sobrevivência. Para a execução daquelas imagens efêmeras, os mendicantes lançavam mão de cacos de tijolos, carvão, gesso e alguma terra colorida. Materiais estes que podiam ser encontrados pelo caminho. Surgia assim, a prática do Madonnaro (NALIN, 1982; NAALIN, 2000; COELHO, 2015). A metodologia a ser explorada no trabalho foi aquela da leitura de referências teóricas e fontes documentais, além da observação participante (VELHO, 1978). Algumas experiências de sala de aula serão relatadas. Acredita-se que um trabalho nesse sentido venha a servir de referência para futuras pesquisas e ações na área de educação, especificamente – mas não unicamente – em artes visuais, contribuindo assim, de maneira freiriana, no diálogo com outras áreas e campos do conhecimento, para a transformação suporte – mundo – em existência – vida (FREIRE, 1996). Possibilitando que a vida deixe de ser biologia para se fazer biografia (FIORI in FREIRE, 1987).



REFERÊNCIAS:

COELHO, Marcelo A. Madonnaro: gênero, técnica e linguagem pictórica. Monografia de Graduação em Licenciatura em Belas Artes, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica (RJ), 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa. 25ª Ed. São Paulo (SP): Paz e Terra, 1996.
________. Pedagogia do Oprimido. 17ª Ed. Rio de Janeiro (RJ): Paz e Terra, 1987.
NAALIN, Felice. L'arte dei madonnari. Le tecniche. Del segno e del colore. Milano (Itália): Giunti Demetra, 2000.
NALIN, Felice. I Madonnari. Annunciatori di anziane storie. Verona (Itália): Edizioni MG, 1982.
VELHO, Gilberto. “Observando o Familiar”. In: NUNES, Edson (org). A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro (RJ): Zahar, 1978.


1. Resumo enviado e aprovado ao XVI Seminário Discente PPCIS/UERJ 2018.

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